IFRR promove formação continuada a professores indígenas
A promoção dos direitos dos povos indígenas à educação escolar tem sido uma realidade no Instituto Federal de Roraima (IFRR) por meio de ações como o Saberes Indígenas na Escola (SIE), do Ministério da Educação (MEC), que, no âmbito estadual, atende professores e moradores de comunidades das etnias ingaricó, wai-wai, macuxi, taurepang e wapixana.
Na última semana, o Núcleo do SIE no IFRR, vinculado à Pró-Reitoria de Ensino, em parceria com a Divisão de Educação Escolar Indígena da Secretaria Estadual de Educação e Desportos, iniciou mais uma etapa da ação, que inclui encontros no Campus Boa Vista (CBV), no Centro Regional de Educação Indígena Noêmia Perez e na Comunidade Indígena Taxi. Ao final, deverão ser atendidos mais de 200 indígenas interessados no fortalecimento da língua materna.
Conforme explicou a professora Raimunda Maria Rodrigues Santos, do IFRR, nessa etapa a formação tem como tema central a língua como lugar da memória e da identidade cultural. “Trabalhar com narrativas sobre o passado possibilitará aos professores e aos alunos resgatar sua história individual e sua história coletiva, ressaltando a cultura do seu povo, da sua comunidade e do seu território. É esse resgate que fortalece a identidade étnica”, disse.
As memórias que forem resgatadas ao longo da etapa, que terá continuação no mês de abril, serão utilizadas na elaboração de materiais didáticos para o ensino de língua materna, que reunirão etnoconhecimentos de Geografia, História, Matemática, Ciências, entre outras áreas, em uma perspectiva inter/transdisciplinar.
É isso que almeja Maurício Laranjera, professor da Comunidade Indígena Manalai, que participou, no período de 22 a 24 de março, da formação no Campus Boa Vista. Para ele, além da produção de materiais didáticos, a iniciativa resultará no aprendizado e no fortalecimento da cultura e do saber indígena. “Poderemos registrar a nossa história e o nosso presente, e isso é importante para o nosso povo”, destacou.
O professor Samuel Camilo, da mesma comunidade de Laranjera, também falou sobre a importância do resgate histórico que a etapa tem proporcionado para o aprendizado e a valorização da cultura indígena. “Está sendo muito importante, porque ela [ação] está dando oportunidade de conhecermos histórias que nunca foram registradas”, relatou.
Nesta terça-feira, dia 28, as atividades continuam no CBV com a formação de orientadores de estudo, formadores lecionadores e formadores pesquisadores das etnias macuxi, wapixana e taurepang. O tema discutido será “Registrando nossa história, nosso espaço”, sob a orientação das profissionais Elizabete Melo Nogueira e Catarina Janira Padilha.
Confira abaixo o cronograma das demais atividades: