Napnes do IFRR continuam com os atendimentos durante o trabalho remoto

por Bruna Dionísio Castelo Branco publicado 25/09/2020 19h04, última modificação 25/09/2020 19h04
Os núcleos continuam atendendo estudantes considerados público-alvo da educação especial, aqueles com deficiência física, visual, motora, transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação

O Instituto Federal de Roraima (IFRR) criou, em 2018, o regulamento dos Núcleos de Atendimento as Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napnes), que têm por objetivo fomentar políticas públicas de inclusão e assessorar o desenvolvimento de ações de natureza sistêmica no âmbito do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação. Cada unidade da instituição dispõe de um Napne, composto por profissionais como pedagogo, assistente social, enfermeiro e intérprete-tradutor.

Durante o período de distanciamento social, os Napnes continuaram realizando seu trabalho, atendendo estudantes considerados público-alvo da educação especial, aqueles com deficiência física, visual, motora, transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.

No Campus Boa Vista Zona Oeste, há um Plano Educacional Individualizado (PEI) para atender cinco estudantes com déficit cognitivo, como autismo e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que também fazem parte do público-alvo dos Napnes.  Segundo a coordenadora de Apoio ao Ensino e Aprendizagem do CBVZO, Joziane Gomes, o Napne tem acompanhando os estudantes nas atividades não presenciais. “Os pais têm contato direto com cada servidor responsável pelo acompanhamento. Por exemplo, uma dupla formada por um técnico e um profissional da equipe técnico-pedagógica acompanha um estudante com TDH no campus, e os pais têm acesso direto a esses profissionais para dirimir qualquer dúvida e receber orientações”, relatou.

Ja o Campus Boa Vista, por meio do Napne, oferta diversos serviços,  desde a atenção aos candidatos com deficiência inscritos nos vestibulares e nos processos seletivos. Segundo a coordenadora do núcleo na unidade, Áurea Luíza, no momento em que o candidato é aprovado, já são  mapeados seus próximos passos a partir da efetivação da matrícula. “Todas as informações das necessidades educacionais específicas de cada aluno são repassadas às coordenações para que a jornada desse estudante em nosso campus seja de vitórias. Trabalhamos na perspectiva da educação inclusiva, garantindo a acessibilidade a todos. Dessa forma, reconhecemos e valorizamos todos, unindo nossas mãos para lutar juntos pela conquista dos direitos das pessoas com deficiência”, disse. Ao todo, o CBV atende 38 alunos com deficiência.

Segundo Gabriel Ribeiro, intérprete–tradutor do CBV, o trabalho segue, mesmo em tempos de distanciamento. “Nós, intérpretes, estamos atuando em sala de aula de forma remota e continuamos também com o atendimento individual especializado em horário oposto ao das aulas”, explicou. Para ele, o período da pandemia evidenciou a importância do trabalho dos Napnes, que tornam as atividades mais acessiveis a quem precisa.

No Campus Novo Paraíso (CNP), no sul de Roraima, há duas alunas com deficiência auditiva. Para auxiliá-las na concretização das atividades não presenciais, foram instalados computadores com acesso à internet nas residências de ambas. Segundo o diretor de Ensino da unidade, professor Marconi Bonfim, as alunas são auxiliadas pela intérprete de Libras no acesso ao ambiente virtual e na postagem de atividades. “Todo material produzido pelos professores é adaptado a essas discentes, e, semanalmente, elas participam de uma reunião virtual, com tradução simultânea, com os professores”, explicou.

Conforme a intérprete-tradutora do CNP, Marileuza Pinheiro, tem sido um desafio lidar com o distanciamento social, mas, com a colaboração do corpo docente, consegue  realizar o trabalho de atendimento às estudantes.  “Os professores me enviam as apostilas e os slides das aulas que serão apresentadas, e, assim, tenho acesso ao conteúdo para estudar e fazer a tradução para as alunas. O acesso ao material com antecedência facilita o trabalho do professor, do intérprete e o aprendizado das alunas”, disse.

Marileuza conta que uma das dificuldades encontradas é adaptar a linguagem de sinais oficiais à linguagem que as alunas são acostumadas a usar para se comunicar. “Por não ter contato com a comunidade surda, elas se utilizam de sinais caseiros, que são diferentes dos utilizados em Libras. Então, é um trabalho constante de aprender a identificar os sinais que elas usam e ensinar os que elas não conhecem”, relatou.

No Campus Amajari (CAM), norte do Estado, não há registro de alunos matriculados que sejam público-alvo da educação especial, mas o Napne  tem trabalhado para formar uma escola inclusiva, com respeito às diferenças e à diversidade.  Segundo o presidente do núcleo, Arlesson Oliveira, que é intérprete-tradutor, um dos maiores desafios da linguagem é manter-se atualizado. “Fatores como regionalismo e constantes mudanças são importantes para realizar a tradução de qualidade e acessível”, disse.

Apesar de não atender, no momento, alunos com necessidades educacionais no CAM, o intérprete conta que o trabalho não parou. “Tentamos auxiliar os colegas de outros campi para que os eventos da instituição possam ser acessíveis e inclusivos, e essa troca de experiência tem sido gratificante”, revelou.

Oficinas, palestras e seminários de inclusão e diversidade são frequentemente oferecidos para o que CAM esteja preparado para atender a qualquer demanda do público-alvo do Napne, caso surjam.

O Campus Avançado Bonfim não tem estudante público-alvo da educação especial. É a única unidade que ainda não dispõe de Napne. O objetivo é que o núcleo também seja implantado na localidade.

                                                                              

Bruna Castelo Branco
Ascom/Reitoria
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